terça-feira, julho 20, 2010

essas pessoas-gato são ocupadas em procurar e violar a noite como se afiassem as unhas nos dorsos da pelúcia amante, aquela que de hora em hora deita os olhos sobre o tempo de espera. não procura. é presa. sem pressa de ser degustada. porque essas pessoas-gato são precisas em percorrer dentre as minúcias como a amante que prefere que o sangue escorra demoradamente. todo detalhe brinda o elo que se faz mais intrínseco. nada mais perdura que a dependência entre as partes. são correspondências plausíveis de serem unas. da mesma dor de amar e morrer em demasia, gêmea das manhãs que apagam a história, e a perda é um precoce sentimento que de em reverso nasce à falta. mas as pessoas-gato são esparramadas em chão íngreme, derretem-se à luz do que sentem, permanecem rasas enquanto indecisas entre pessoa e gato. é o que acontece quando o escuro é também um suave tormento, silencioso como um sonho que segreda a vontade do estrondo.

Nenhum comentário: