terça-feira, agosto 16, 2005

contratempo

textura de alma desafinada
dúbia sonata desconsertada
para dentro palmatória, fora, flora
gritando em disparada o lugar adormecido
e a busca do verso desesperado.

segunda-feira, agosto 15, 2005

o semblante do céu e o precipício de ânimus

pecado.
te soletro na calma com que minh’alma te expulsa,
esta mácula de passagem
pelos polígonos da vertigem-fé.

te abdico com o alento das quimeras
fiando o passo no retorno
ao termo de onde partimos
efeito de que éramos imunes.

mas os versos antagônicos
sempre retalharão
algo de plácido,
razoáveis espécies de analogia,
obstruindo o peito,
que incinerará
a vaidade das noites em sigilo,

porque

de joelhos conjuras o teu íntimo
à pálida fala do teu amor...

quinta-feira, agosto 04, 2005

menos a lua

chove tantas coisas que só servem para guardar
quem nunca ventou assim
o espaço entre as frentes
é colocado de lado na noite vazia
uma vez a mulher me disse
há de esquecer o que for enterrado
eu ouvi
embaixo de si não se julga por inteiro
é quase um objeto quebrado
essa música de todas as vozes
esse poder de estátua
fonte das coloridas águas desnecessárias
dão sorte quando chove outras coisas
e é esparramado o que não é esperado
quem disse sobre o nunca
pode sentar-se e aguardar.

já os cabelos crescem ao contrário
desde que voltamos no tempo.

terça-feira, agosto 02, 2005

quem insiste na hora do dilúvio...

...transparece o cheiro da mortalha