quarta-feira, agosto 31, 2011

esfingindo

teso o corpo afiado 
tece em sangue a réplica
do falar sobre o inevitável
delgado escuro
sob o lençol azul da noite
tingindo 
ainda que secretamente 
a face da preocupação
de como atravessar o largo rio que se abre à pincelada
vermelha e fora de época
que os morangos já se despedem do inverno
e da boca o entrelace do sim e do não
é só qualquer coisa de maior importância, mas é só
como se atentar estranhamente bem no agora sempre contínuo
no misto de estouro e brisa
decifro-me ou me devoro

sexta-feira, agosto 12, 2011

aristotélica


nossa resistência por um fio
que de lícito há a dança
e o pretexto da mimese


marionetas também tem coração
removível
e solúvel em água


à venda em armarinhos
em papelarias em pedaços


se memória 
é retórica
de quem as manipula

terça-feira, agosto 09, 2011

entre suores barrocos, a prosopopeia moderna de contar histórias pelo corpo em preto-branco-sépia, hoje tem cravo no almoço e ilusão no jantar