segunda-feira, abril 03, 2006

fingindo não notar...

quão inusitados sorrisos!
não quereis mais um pouco?
pegueis mais
fiqueis a vontade, deleiteis-vos com o alheio!
pois nada vem ao caso e nem com descaso
são só ventos sem propósito, mudos e fora de hora.
que nunca nada mudaram
e não tem em mim qualquer presença
da máscara que peca o riso
da queda que pranteia o rio, desde um amigo para outro
que se faz custear
a promessa das vontades de março
que se resolve na perda dos olhos de quem me procura
e que abstrai o paladar da língua dos sonhos.
tornastes o escuro daquela palavra
mas agora é ela quem grita
e está de partida como todos
que vem vão e parecem nem lembrar-se das honras.

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