segunda-feira, abril 24, 2006
III
neste fim de tarde, sinto-me como psiquê, submersa na banheira, contando as folhas flutuando sobre os meus sonhos abertos. como uma deusa morta, jazendo feito o sol, que dele só resta uma aresta.
sexta-feira, abril 21, 2006
II
o desejo me pegou desprevenida ao mirar a calçada. te vi fumando com teus pés no chão.
eu não. com meus pés pro ar.
eu não. com meus pés pro ar.
terça-feira, abril 18, 2006
uma razão, uma alusão
então, chega de poesia sem maestria!
não conto mais com as incertezas
quero também um sonho alheio
que me transforme em outro desejo
sem espera
sem demora
só com as palavras para brincar
não é isso que fazem todos?
não conto mais com as incertezas
quero também um sonho alheio
que me transforme em outro desejo
sem espera
sem demora
só com as palavras para brincar
não é isso que fazem todos?
segunda-feira, abril 03, 2006
fingindo não notar...
quão inusitados sorrisos!
não quereis mais um pouco?
pegueis mais
fiqueis a vontade, deleiteis-vos com o alheio!
pois nada vem ao caso e nem com descaso
são só ventos sem propósito, mudos e fora de hora.
que nunca nada mudaram
e não tem em mim qualquer presença
da máscara que peca o riso
da queda que pranteia o rio, desde um amigo para outro
que se faz custear
a promessa das vontades de março
que se resolve na perda dos olhos de quem me procura
e que abstrai o paladar da língua dos sonhos.
tornastes o escuro daquela palavra
mas agora é ela quem grita
e está de partida como todos
que vem vão e parecem nem lembrar-se das honras.
não quereis mais um pouco?
pegueis mais
fiqueis a vontade, deleiteis-vos com o alheio!
pois nada vem ao caso e nem com descaso
são só ventos sem propósito, mudos e fora de hora.
que nunca nada mudaram
e não tem em mim qualquer presença
da máscara que peca o riso
da queda que pranteia o rio, desde um amigo para outro
que se faz custear
a promessa das vontades de março
que se resolve na perda dos olhos de quem me procura
e que abstrai o paladar da língua dos sonhos.
tornastes o escuro daquela palavra
mas agora é ela quem grita
e está de partida como todos
que vem vão e parecem nem lembrar-se das honras.
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