quarta-feira, fevereiro 25, 2009

esta noite não chove... II

o espelho trincado olhava para ela,
indagando e repetindo seus traços entrecortados pela rachadura.
procurava qualquer reação nela a partir daquela compenetrada,
fixa num pedaço em branco de papel.
nem sequer ela se movia,
era puro enternecimento perante o nada.


pensava em que aquele reflexo?


e aquele outro?


eles esperavam alguma lágrima lhe sair dos olhos,
mas tão crus que se encontravam só puderam esperar.

por que esta espera tem um gosto tão doce?

Um comentário:

Mme. Tormenta Furtacor disse...

espelho espelho meu...

esxiste alguém mais fragmentária do que eu?

A oscilante força motriz da balança!