terça-feira, abril 09, 2013

desapropriado para insones

há lugares que só poderemos também encontrar nos sonhos, lugares que pereceram junto às pessoas, porque o concreto rui como um corpo. e esses dias andaram entre ruínas acontecidas, as das margens dos eventos antigos, muitos sobrepostos pelo sonho que evidenciava. estava a observar a minha mão com a impressão de que poderia manipular a mácula onírica. lançava-me por uma janela; entre as mãos, escondia a carta das línguas do poeta que tinha o costume de me procurar pelos sonhos. acreditava que aquele lugar era íntimo meu, e às vezes, via abrigo nele; então, como suportaria a invasão daquele poeta nos meandros da minha sobrevivência senil? mas isso foi há muito. hoje, por lugares desabitados, percorro, já estanciando o meu.

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