pois que minha fonte concede
água que transborda crua
e leve inteireza de
prestar plena às longas
vias que parto
um sorriso raro em cada
manhã
pois que as programo infantis
eu, mulher de cera
depois das velas esboçadas em
âmbar
não pereço às luzes, nem me
desfaço à sorte
sinto em nada a perda que
faísca
corro os dedos a deitar à sombra
pois que minha pressa
não tem tempo
como a pedra de gelo no oceano
calado como minha ânsia
de faz de conta terminando
a página de um caderno
que sempre terá um espaço em
branco.
28/02/2009