quarta-feira, julho 28, 2010

fuga#macondofeelings

ela fugiu por acaso, mesmo pretendendo o fazer sempre. de uma cidade a outra era o tempo de um disco, se muito. talvez aquele que recordasse os dias de chuva de uma macondo não tão distante. mas ele também não existia. se macondo era fruto de sua imaginação, toda e qualquer coisa que o remetia brotava do mesmo lugar... mas se era preciso crer em maravilhas, lá estava ela de carona e olhos fechados, escancarados ao vento da estrada. que corria mundos! o dela até o destino. não seria um milênio que a fizesse mais esperar, se relativizava o universo inteiro por que não uma rua? e chegava à rua que se parecia com a sua, lugar onde os cérebros estão o tempo todo trabalhando com ou sem os seus donos. ela só se entusiasmava assim, quanto mais ocupados, mais esses cérebros lhe eram atrativos, e que não encontrasse algum ocioso ou tedioso, pois os descartava como jogos que nunca dão em canastra real, sem qualquer remorso. à porta, olhou para trás, a cicatriz no coração ainda com as linhas da sutura apressada não a inibia de tocar a campainha. e certa de que não havia os fantasmas de percalço... depois de vinte e quatro horas, voltando para casa, ela compreendeu que nem tudo é alimentado de sonhos. se não estava macondo no mapa, ela escreveria ao imperador para que o mundo fosse redesenhado, afinal quem não escreve cartas apaixonadas, também não as recebe. "Alea jacta est".

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