terça-feira, novembro 28, 2006

acerto da impossibilidade...

o grito calado sofre de amnésia constante
amanhã nem se lembrará porque existiu
é demasiado tarde quando as palavras são audíveis
o tempo regenera a cicatriz do lamento
porque o tempo arde ao som da intenção

à meia luz todos os corpos são iguais
e todas as manhãs com as horas se tornam tarde
as cores arrastam as sombras pelo chão
ontem parece hoje
tudo permanece igual e nada parece igual
e com um pouco de imaginação é parida a resposta para o desatino

é melhor ferir do que remediar
é melhor chorar do que premeditar

só me preocupa aquele silêncio de pedra
porquanto ela se quebra e sangra qualquer coisa que não seja minha
lateja por outros dizeres

já não os sinto, não os lembro mais...

Um comentário:

adriana nolasco disse...

entre ontem e hoje, agora. novas lembranças por fabricar. as pedras não falam, mas que sua voz as faça cantar. entre cicatrizes, intenções e impossibilidades, seus acertos resplandecem. e em quem nunca errou, atiremos a primeira pedra.