o grito calado sofre de amnésia constante
amanhã nem se lembrará porque existiu
é demasiado tarde quando as palavras são audíveis
o tempo regenera a cicatriz do lamento
porque o tempo arde ao som da intenção
à meia luz todos os corpos são iguais
e todas as manhãs com as horas se tornam tarde
as cores arrastam as sombras pelo chão
ontem parece hoje
tudo permanece igual e nada parece igual
e com um pouco de imaginação é parida a resposta para o desatino
é melhor ferir do que remediar
é melhor chorar do que premeditar
só me preocupa aquele silêncio de pedra
porquanto ela se quebra e sangra qualquer coisa que não seja minha
lateja por outros dizeres
já não os sinto, não os lembro mais...
terça-feira, novembro 28, 2006
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Um comentário:
entre ontem e hoje, agora. novas lembranças por fabricar. as pedras não falam, mas que sua voz as faça cantar. entre cicatrizes, intenções e impossibilidades, seus acertos resplandecem. e em quem nunca errou, atiremos a primeira pedra.
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