segunda-feira, janeiro 21, 2008

cinemascope brilhante VI

o vento que encerra a porta, abre arbitrariamente o livro na página do meio. são descritos ali os termos das abstrações. porém todas elas se concretizam em palavras e nenhuma imagem se faz. depois, a página que se vira se torna a ela mesma, como se a continuação fosse única e estagnada pela falta dela. são logo as abstrações eternizadas, contidas num gerúndio babilônico, tão redundantes que a nada se abstrai também.

cansada, ela contempla pela janela um tempo para a monotonia, a séculos de altura, vivenciando sempre a mesma paisagem, a daquele amor sem idade e nem consumo. quase acredita em um seguinte capítulo, talvez o de descer ao futuro onde encontraria o solo para os pés descansar, mas lá do alto pensa no céu, onde sua nostalgia parece mais genuína e a remete às imagens que subliminarmente tingem seus pensamentos quanto aos antigos capítulos.

Nenhum comentário: