terça-feira, outubro 14, 2008

dama de caos

ainda é tempo de me derramar na preguiça dos teus quadros, semivertebrados, confiados à penumbra e ao tato de uma seresta incolor... fiz de mim uma aquarela de chuva e no mais, esqueço o verbo e a predileção, encantamentos que me rastreiam em sonho de ordem... e na desordem das águas, me desfaço em traço estendida numa câmara escura sob o olhar de quem me espreita uma janela imóvel, dissolvida no tempo e na razão, mas quando me perpetuas, encontro no vão do sempre algo inominável, de sutil substância que convém aos mortais, e nessa inverossimilhança me pontuo ser de vigília constante e breve em terra além, e nada mais perdura como o intento de uma paisagem escorregadia, me desenhas uma musa de fato, me fias ao outro lado do espelho

3 comentários:

Victor Pessôa disse...

é de dinâmica e fluido (de não saberes) que SE faz o desenho da magia emanada - impercebidamente exata; infrequentável; e de profunda intangível prosaica

Romario Regis disse...

você escrevendo me lembra Clementine K. Escritoda Russa. A boa e velha [in]existência

Anônimo disse...

Quis ver como se fosse apenas olhos!!